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Mudar a Alimentação para Não Mudar o Clima
A conferência livre "Mudar a Alimentação para Não Mudar o Clima" abordará o papel central da transformação dos sistemas alimentares no enfrentamento das mudanças climáticas. Atualmente, os sistemas alimentares respondem por cerca de 33% das emissões mundiais de gases do efeito estufa (GEE). No Brasil, esse número chega a 74%, deixando evidente que, no contexto brasileiro, debater ação climática exige que se leve em consideração o impacto climático da produção e do consumo de alimentos. Outro fato que convida a uma urgente e séria reflexão é o de que, no Brasil, a produção de alimentos de origem animal corresponde a 80% do montante das emissões decorrentes do sistema alimentar. Em razão desses e outros números preocupantes, especialistas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) têm advertido que, sem significativas reduções de emissões de GEE dos sistemas alimentares, a meta do Acordo de Paris de manter a elevação da temperatura global abaixo de 1.5 °C não será atingida.
Além da pegada de carbono, as pegadas ecológica e hídrica dos sistemas alimentares representam sérias ameaças à realização dos objetivos do desenvolvimento sustentável. A cadeia de produção e consumo de alimentos é responsável por 80% do desmatamento e por 70% do consumo de água doce disponível ao redor do mundo. Também é uma fonte significativa de poluição na forma de dejetos, antibióticos e bactérias multirresistentes, oriundos da exploração de animais para a produção de alimentos, bem como de agrotóxicos empregados em monoculturas, grande parte das quais destina-se à alimentação de animais mantidos em confinamento. A alocação ineficiente dos recursos naturais em sistemas alimentares voltados à produção de alimentos de origem animal contribui ainda para a insegurança alimentar e a pobreza, uma vez que terras e água que poderiam ser utilizadas para a produção de alimentos para consumo humano direto são desviados para a produção de alimentos para animais. Por todas essas razões, uma transformação radical dos sistemas alimentares rumo à sustentabilidade é urgentemente necessária.
A conferência livre "Mudar a Alimentação para Não Mudar o Clima" foi organizada para debater e construir soluções ambientalmente sustentáveis e socialmente justas para a mitigação de emissões de GEE e a adaptação às mudanças climáticas, tendo como premissa básica a transformação de padrões de produção e consumo de alimentos. Além disso, a conferência discutirá e proporá medidas voltadas à educação, tendo em vista a importância da promoção de hábitos, atitudes e comportamentos que apoiem a transformação dos sistemas alimentares.
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