Adaptação à mudança do clima – processo de ajuste dos sistemas naturais e humanos ao clima presente e futuro, bem como seus efeitos. Inclui mudanças em ações e medidas para moderar ou evitar danos potenciais ou explorar oportunidades benéficas (IPCC, 2022).
Adaptação baseada em Ecossistemas (AbE) – o uso de atividades de gestão de ecossistemas para aumentar a resiliência e reduzir a vulnerabilidade de pessoas e ecossistemas à mudança do clima (IPCC, 2022).
Adaptação incremental – refere-se a pequenas melhorias ou mudanças, normalmente no curto prazo (UNFCCC, 2019).
Adaptação transformacional – altera as propriedades essenciais de um sistema (social, ecológico, econômico etc.) em antecipação à mudança do clima e seus impactos, e se refere a adaptações amplas e mais profundas, com uma perspectiva de longo prazo. Também pode se estender além dos ciclos políticos para se tornar parte da maneira como as comunidades operam (UNFCCC, 2019).
Ameaça (climática ou relacionada ao clima) – corresponde à potencial ocorrência de um evento ou tendência física, natural ou induzida pelo homem, que pode causar perda de vidas, danos e outros impactos à saúde, bem como perdas e danos a propriedades, modos de vida, provisão de serviços, ecossistemas e recursos ambientais (IPCC, 2022).
Capacidade adaptativa – habilidade de sistemas, instituições, pessoas e outros organismos de se ajustarem a um dano potencial, tirar proveito de oportunidades ou de responder a consequências (IPCC, 2022).
Deslocamento – a movimentação de pessoas que foram forçadas ou obrigadas a abandonar suas casas ou locais de residência habitual em consequência de um desastre ou para evitar o impacto de um perigo natural imediato e previsível (UNFCCC, 2011).
Exposição – presença de pessoas; modos de vida; espécies ou ecossistemas; funções, serviços e recursos ambientais; infraestrutura; ou ativos econômicos, sociais ou culturais em locais e configurações que podem ser adversamente afetados (IPCC, 2022).
Gestão adaptativa – processo de planejar, implementar e modificar interativamente estratégias para gerenciar recursos diante da incerteza e da mudança. Envolve ajustar abordagens em resposta às observações dos seus efeitos e às mudanças no sistema provocadas pelos efeitos de feedback resultantes e outras variáveis (IPCC, 2022).
Impactos – as consequências da mudança do clima nos sistemas naturais e humanos. Os impactos geralmente se referem aos efeitos adversos (danos e prejuízos) sobre vidas, meios de subsistência, saúde e bem-estar, ecossistemas e espécies, ativos econômicos, sociais e culturais, serviços (incluindo serviços ecossistêmicos) e infraestrutura. Os impactos correspondentes podem ser diretos ou indiretos (IPCC, 2022).
Incerteza – estado de conhecimento incompleto que pode resultar da falta de fontes de informação, imprecisão nos dados ou ambiguidade de conceitos ou terminologia, ou projeções incertas do comportamento humano. A incerteza pode ser representada por medidas quantitativas ou por declarações qualitativas (por exemplo, refletindo o julgamento de uma equipe de especialistas) (IPCC, 2022).
IPCC – Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (Intergovernmental Panel on Climate Change, da sigla em inglês) é uma organização científico-política das Nações Unidas (ONU) que tem como objetivo principal sintetizar e divulgar o conhecimento sobre a mudança do clima.
Justiça climática – abordagem centrada no ser humano para enfrentar a mudança do clima, salvaguardando os direitos das pessoas mais vulneráveis e partilhando os ônus e benefícios da mudança do clima e dos seus impactos de forma equitativa e justa (baseado em IPCC, 2022 e MRFCJ, 2011).
Má-adaptação – ações que podem levar a resultados adversos em outros setores, temas, territórios ou populações, incluindo o aumento das emissões de gases de efeito estufa (GEE), aumento ou mudança na vulnerabilidade à mudança do clima, resultados mais desiguais ou diminuição do bem-estar, agora ou no futuro. Na maioria das vezes, a má-adaptação é uma consequência não intencional (baseado em IPCC, 2022).
Medidas de baixo arrependimento ou não-arrependimento – medidas que trazem benefícios independentemente das futuras condições climáticas. Essas medidas são projetadas para serem eficazes sob uma ampla gama de cenários climáticos possíveis, ajudando a reduzir os impactos negativos da mudança do clima, mesmo diante de um clima futuro incerto.
Migração – a circulação de uma pessoa ou grupos de pessoas que, predominantemente por razões de mudança súbita ou progressiva no ambiente devido às mudanças climáticas, são obrigadas a deixar o seu local de residência habitual, ou optam por fazê-lo, temporária ou permanentemente, dentro de um Estado ou por meio de uma fronteira internacional (UNFCCC, 2011).
Mitigação (da mudança do Clima) – intervenção humana para reduzir as emissões e concentrações de gases do efeito estufa na atmosfera, reduzindo assim o aquecimento global (IPCC, 2022).
Perdas e Danos: "Perdas e Danos" (com letras maiúsculas) visa "abordar perdas e danos associados aos impactos das mudanças climáticas, incluindo eventos extremos e eventos de início lento, em países em desenvolvimento que são particularmente vulneráveis aos efeitos adversos das mudanças climáticas." Letras minúsculas (perdas e danos) têm sido utilizadas para se referir amplamente aos danos decorrentes de impactos (observados) e riscos (projetados) e podem ser econômicos ou não econômicos (Mechler et al., 2018 apud IPCC, 2022).
Racismo Ambiental: trata-se da desproporcionalidade dos impactos ambientais e climáticos sobre a população negra, povos e comunidades tradicionais e povos indígenas, amplificando sua vulnerabilização histórica, social, econômica e política.
Realocação planejada – é um processo em que pessoas ou grupos de pessoas se deslocam ou são assistidos para se deslocarem de suas casas ou locais de residência temporária e se instalam em um novo local, onde são oferecidas as condições necessárias para reconstruir suas vidas. Geralmente se considera uma solução de último recurso. Ocorre no contexto de desastres ou degradação ambiental, incluindo quando em razão dos efeitos das mudanças do clima (UNFCCC, 2011).
Risco climático – é o potencial de consequências adversas (ou impactos) para sistemas humanos ou ecológicos. Os riscos climáticos resultam de interações dinâmicas entre as ameaças relacionadas ao clima e a exposição e vulnerabilidade dos sistemas humanos ou ecológicos afetados (IPCC, 2022).
Sensibilidade – Grau em que um sistema ou espécies são afetados, adversamente ou de maneira benéfica, pela mudança ou variabilidade do clima (IPCC, 2022).
Sinergias – ações que são potencializadas por visarem um mesmo objetivo, tendo como consequência um resultado melhor que o de ações isoladas (IPCC, 2022).
Sistemas Convectivos de Mesoescala – são complexos conjuntos de tempestades organizadas, com escalas horizontais típicas de 100 a 1000 km, que produzem chuvas intensas e ventos fortes, frequentemente associados a eventos climáticos extremos, especialmente no Sul do Brasil (CAVALCANTI et al., 2009). Eles podem durar várias horas e se desenvolver em diversas regiões do mundo, influenciando significativamente o clima local e regional (HOUZE, 2004).
Soluções baseadas na Natureza (SBN) – são ações para proteger, gerir de forma sustentável e restaurar ecossistemas naturais ou modificados que abordam desafios sociais de forma eficaz e adaptativa, proporcionando simultaneamente benefícios para o bem-estar humano e a biodiversidade (IPCC, 2022).
Trade-offs – circunstância que surge quando uma política ou medida destinada a um objetivo reduz os resultados de outro(s) objetivo(s) devido a efeitos secundários adversos, reduzindo assim potencialmente o benefício líquido para a sociedade ou o ambiente (IPCC, 2022).
Vulnerabilidade – representa a propensão ou predisposição de ser adversamente afetado, e contempla uma variedade de conceitos e elementos, incluindo a sensibilidade ou susceptibilidade ao dano e a falta de capacidade de lidar e se adaptar (ou capacidade adaptativa) (IPCC, 2022).